Carlos Nunes 01/08/2023
Mais uma vez, por coincidência, o grande detetive Hercule Poirot está em um local onde ocorre um crime, nessa que é também mais uma das histórias da Agatha passadas em um local exótico, dessa vez um acampamento para turistas em Petra, na Jordânia. Uma pessoa morre, aparentemente de ataque cardíaco natural, já que a vítima sofria do coração, mas um exame mais detalhado do corpo mostra uma marca de injeção e isso, juntamente com o desaparecimento de uma seringa e de um medicamento fatal da maleta de um médico, indicam a possibilidade de um assassinato premeditado. Apesar de trazer vários elementos tradicionais dos livros da Agatha, esse aqui é um livro diferente, especialmente porque ele foca muito mais na questão psicológica, da motivação do crime, do que quem o cometeu, então não é um livro no qual a trama ou os acontecimentos tenham muito destaque, ao contrário dos diálogos. Um dos turistas presentes é um famoso médico psiquiatra, que pode ajudar a esclarecer os motivos que poderiam levar as pessoas presentes a cometerem um crime. E o que não falta são pessoas com motivos para se livrar da vítima, a começar pelos membros da sua própria família. Eu li também a peça, adaptada pela própria Agatha, e gostei bastante, porque a autora fez várias alterações, retirando o Poirot, por exemplo, mas também alterando a autoria do crime, fazendo com que as duas obras ficassem bem distintas e tornando a leitura de ambas bem mais interessante.