Jó

Joseph Roth




Resenhas - Jó


8 encontrados | exibindo 1 a 8


DIRCE 13/05/2013

Mendel Romance de um homem comum
Há algum tempo, quando eu "bisbilhotava" nas Estantes de alguns leitores (tenho que ser fiel a minha fala:não sigo nenhum leitor e sigo a todos), fiquei maravilhada com as frases constantes no histórico de leitura da Julyana referentes ao livro Jó, frases, que me motivaram a ler o livro.
E por falar em fidelidade, diante do título do livro( Jó Romance de um homem simples) e, sendo eu sabedora de que Jó trata-se de uma figura bíblica um crente fervoroso que teve sua fé posta à prova por Deus, mas que não se vergou diante das desgraças e dores que lhe foram impingidas e sua fé permaneceu inabalada,iniciei a leitura com a preconcepção de que encontraria um protagonista semelhante a Jó . No início do romance,foi o que eu encontrei:Mendel Singer,um judeu piedoso,temente a Deus, morador em uma pequena aldeia Russa no início do século passado.
Por meio de uma narrativa repleta de frases descritivas esclarecedoras,assisti a mutação de Mendel Singer.
Até o nascimento do enfermo Menuhim, Mendel Singer,aparentemente,nada tinha além de um casebre, sua esposa Débora, seus dois filhos Jonas e Schemariah,sua filha Miriam e uma vida de marasmo. Com Menuhim, preocupações e angustias tomaram conta do coração de Mendel Singer, porém, diariamente, ele orava agradecido e submetia-se com resignação aos castigos Divinos (???!!!).E Débora...Débora "debruçou-se"sobre Menuhim.
E de mutações e mutações a vida acontece: Miriam se transforma em uma linda jovem, linda e frívola jovem, Jonas e Schemariah; em homens saudáveis, tempos de paz; em tempos de guerras, Jonas; em um cossaco, Schemariah; em Sam, a Rússia; na América, para Menuhim,a família Singer; na de Billes, e calmarias; em tempestades.
Mendel, assim como Jó, perdeu sua " riqueza". Como Jó, uma série de desgraças recaiu sobre ele e, o que "presenciei" desgraças após desgraças, foi a transformação do homem simples em um homem comum.
Diante da atitude de Mendel perguntavas me martelavam o tempo todo: os homens buscam e encontram Deus mais facilmente na alegria ou na tristeza? Seria mesmo Deus quem castigou Mendel? Não seriamos, nós, os homens, causadores das nossas desgraças? O homem é quem faz guerras. Os homens estão cada vez mais afastados de Deus (não me refiro a um Deus que nos castiga apenas com seu dedo mínimo e,tampouco, à religião ou igreja, mas a uma espiritualidade que nos conduza a uma espécie de paz interior, e a desejar não somente o nosso BEM, mas de TODOS)e, devido a isso(acredito eu),que as desgraças estão cada vez mais frequentes e tomando uma dimensão assustadora. Vemos cotidianamente nos noticiários: roubos, estupros, sequestros, mazelas, não seria devido a ausência de um Deus?
Bem, o Deus o Javé de Mendel não o abandonou e o final, depois de tantas agruras,é muito mais que esperançoso: é lindo. O rabino tinha razão:o olhar de Menuhim tinha um brilho um brilho único e que iluminaria a treva que cobriu Mendel Singer.
Sempre faço uma avaliação final ao "resenhar", haja vista que sou "assaltada" por reflexões,e as reflexões que me assolaram durante a leitura e a "resenha" do livro: Jó romance de um homem simples (romance de um homem comum no meu entendimento) me provocaram sentimentos conflituosos: um mix de conforto e desconforto,de ignorância e sabedoria, enfim, sem sombra de dúvida, ele irá para os meus favoritos.
Paty 19/11/2013minha estante
nice! :D


Nanci 31/01/2015minha estante
Dirce:

Que livro lindo! Ia dizer que grande livro, mas foi a beleza que me desconcertou. Eu também o encontrei dentre os favoritos da Ju Brandão e me pergunto "por que demorei tanto pra ler J. Roth?"


DIRCE 29/07/2023minha estante
Oi !Tânia. Não sei qual seria a leitura que faria hoje desse livro, considerando os anos que já se passaram. Espero que goste.




Valéria Cristina 09/02/2023

Melancolicamente comovente
Lendo a Marcha de Radetzky foi que me encantei com Joseph Roth. Na apresentação daquele livro, diz-se que esse autor nos entrega tudo e isso é verdadeiro também para este livro Jó - Romance de um homem simples.

A história se passa em uma aldeia da Rússia onde vivem o judeu Mendel Singer, sua esposa Débora, seus filhos Jonas, Schemariah, Miriam e Menuhim. Sua vida é simples e pacata, resumindo-se ao ensino da Bíblia às crianças.

O passar do tempo, altera sua existência. Menuhim é uma criança muito doente. Jonas vai para o exército, Schemariah, para fugir do serviço militar, imigra para América e Miriam se envolve com os cossacos.

Nessa situação, Mendel, Débora e Miriam também vão para os EUA, abandonando Menuhim. Em sua nova vida, o sentimento de culpa pelo abandono de seu filho mais novo jamais deixou Débora e Mendel, toldando sua existência.

Os demais acontecimentos vão ensombrecendo a vida do protagonista até um final surpreendente.

Os personagens de Débora e Mendel são complexos e muito bem construídos, o que nos transporta para suas emoções e sentimentos. Mendel transita da fé inconteste para o total abandono da religião, mas sempre de forma pacata, quase inerte. Débora é a sustentação da casa: forte e determinada, não aceita a passividade do marido. Esse embate nos mostra a diferença de suas personalidades e da forma como encaram a vida.

A descrição dos cenários onde se desenvolve a história é rica e tocante. É um livro melancólico e comovedor. Uma joia que Roth nos entrega.

Nascido em 1894, Joseph Roth viveu o fim do Império Austro-Húngaro. Da tragédia histórica que o marcou pelo resto da vida, nasceu o observador privilegiado dos novos tempos e, em especial, da Berlim da década de 1920. Nos artigos de Berlim, Roth registra o espetáculo múltiplo e ambíguo da velha capital prussiana, tomada de assalto por refugiados, bondes e arranha-céus, e transformada de uma hora para outra em epicentro da República de Weimar e da cruel história europeia das décadas seguintes.
comentários(0)comente



Rosa Santana 15/06/2015

"Eu sei que o meu Redentor vive
e que no fim se levantará
sobre a terra."
Jó 19:25

Em resumo, Jó é isso! E, mais:

. um cuidado extremo com a construção da linguagem;

. um personagem que encanta pela humildade com que encara os fatos, mesmo os mais adversos, a quem as dores, perdas e humilhações conduzirão a um estado de perfeita integridade, no qual descobrirá o quanto o homem pode se manter digno, apesar de todo sofrimento. Ou seja, um personagem cuja sabedoria é a reafirmação do Gênesis: se o homem foi moldado à semelhança de Javé, por que haveria de se vergar, mesmo diante do mais atroz padecimento?

Enfim:

. um livro que fez dos meus olhos rios!

Recomendo e recomendo!

.
comentários(0)comente



Karla Lima 23/04/2017

Quem põe quem à prova?
Mendel Singer, professor de religião tal como haviam sido seu pai e seu avô, vive modestamente numa cidade russa com a esposa que o despreza e quatro filhos: o primogênito, forte e tranquilo; o segundo, franzino e astuto; uma menina libidinosa, que se deita com os cossacos nos campos de trigo; e o caçula, deficiente físico e mental. Falta dinheiro e sobram preocupações, mas a fé conforta o patriarca.
A eclosão da Primeira Guerra Mundial agrava os problemas: contra a vontade do pai, um dos filhos se alista no exército do czar, enquanto o outro, também em desacordo com o desejo paterno, deserta e emigra para os Estados Unidos. Só a fé o mantém nos eixos.
As provações que Mendel Singer enfrentava em Zuchnow não diminuem quando ele, a esposa e a filha cruzam terra e mar e chegam a Nova York. O filho mais novo, incapaz de enfrentar a longa travessia devido à doença, foi deixado para trás. Mendel Singer é consumido pela saudade da velha vida e devorado pela abundância do Novo Mundo, que o mastiga com luzes piscantes, ruídos incessantes, cheiros nauseantes, consumismo atordoante. A fé falha.
É fácil criticar um religioso que se voltou contra Deus, mas será assim tão fácil encontrar bondade em um Deus que submete um servo fiel a tanta tragédia?
Apesar da questão existencial pesada, há muita leveza no texto. Mesmo as cenas de tormento são descritas com suavidade e delicadeza, o que de certa forma atenua e de outro lado intensifica o efeito. Foi o terceiro romance que li deste autor e o meu preferido. Recomendo muito.
comentários(0)comente



Deivi.Lucio 07/06/2021

Jó o amigo de Deus
Quando estudava a bíblia me deparei com a estória de Jó homem de muita fé que teve seu amor e devoção a Deus testado através de perdas, derrotas, doenças e pobreza e venceu porque seu amor ao divino era maior que tudo.

Lendo o livro no começo estava tentando ligar a estória ao nome da obra e não entendia porem no decorrer das páginas fui me apiedando de Mendel Singer onde tinha uma fé fervorosa e já sofria um certo desprezo dos familiares e posterior todo sofrimento ocorrido.

Muitas vezes acontecem mudanças e derrotas em nossas vidas e parece que o milagre não acontece ficamos apáticos, descrentes e choramos muito que é o normal pois somos humanos mas um dia de repente acontece.....o que sempre esperamos acontece e melhor....e melhor do que esperávamos e parece que a cor volta aos nossos dias.....

Senti isso na vida de Mendel Singer as cores voltarão apesar de todo sofrimento passado.....lindo de se viver lindo de se ler.......
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



8 encontrados | exibindo 1 a 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR