margot 17/01/2024
"Não é a morte do brilho, mas é o aviso"
As descrições do luto da Joan conversaram comigo em um nível tão pessoal e íntimo. Uma dor tão indescritível do luto de um filho e a progressiva caída nas noites azuis, metáfora para a o declínio da saúde da Joan, é tão envolvente que você consegue sentir o que ela diz.
Esse livro tem muitos grifos meus, a Joan é uma mestre em acessar a si mesma. Os relatos da realidade e cotidiano do luto exploram pontos que te matam devagarzinho.
Enquanto uma pessoa que lida com a dor do luto todos os dias, ler Joan em O ano do pensamento mágico e agora em Noites Azuis, é um processo completamente avassalador. Acessar as memórias dela e relembrar as minhas, foi algo que me fez ver a Joan como uma amiga. O luto é universal, uma emoção, um estado que ao estar sujeito a ele, estamos conectados. Gritar o que se sente e não negar a dor, a culpa, o desespero e o sofrimento é tão forte, a vergonha existe, e não é negada. O livro não tem uma resolução ou resposta para a dor, ele somente a descreve e é muito bem descrito e analisado por Joan.
"I know what it is I am now experiencing. I know what the frailty is, I know what the fear is. The fear is not for what is lost. What is lost is already in the wall. What is lost is already behind the locked doors. The fear is for what is still to be lost. You may see nothing still to be lost. Yet there is no day in her life on which I do not see her."