Jornalismo de rádio

Jornalismo de rádio Milton Jung




Resenhas - Jornalismo de Rádio


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Samela Bonfim 25/09/2013

Resenha Jornalismo de Rádio - Milton Jung
Fascinante é imaginar como é, e o que está acontecendo nos bastidores de um radiojornal ou estúdio de rádio. Mas surpreendente, é saber que estes mesmos profissionais que com suas vozes que nos soam tão familiares, e que todos os dias entram em nossos lares disseminando informação, não estão muito preocupados com o que deveria ser o seu alvo principal, saciar a sede intelectual de seus ouvintes.

Milton Jung em sua obra Jornalismo de Radio comenta insistentemente sobre esse desafio. No corre corre diário das redações de rádio, são inúmeras tarefas. É pouca gente para muito trabalho. E os jornalistas tem que se desdobrar para efetuar seu trabalho e ainda por cima, darem o máximo de furos possíveis.

Para Jung : “A velocidade do trabalho dentro de uma redação de rádio gera distorções. Leva o jornalista a esquecer que se o objetivo é transmitir noticias. E este só existe porque na outra ponta tem o cidadão para ser atendido, o ouvinte. Sem ele não há razão para o rádio ser o que é. Nem para a existência do jornalista, ou da própria noticia” Pg 9.

O rádio é o meio de massa mais popular. É ele que chega aos lares mais humildes, através de um antigo toca fita, celular ou radinho a pilha. E por possuir esse caráter de se aproximar do seu publico, eles, os ouvintes querem interagir. E nesse processo da correria do jornalista, a atenção ao ouvinte,fica sempre em último plano.

Milton ainda cita que o jornalista só trabalha em função desse ouvinte, por causa dele e só para ele. E se ele esquecer-se disso e contaminar-se com a dinâmica de abrir mão de seu público, vai esquecer seu motivo de estar ali, deixará de ser jornalista.

No inicio de seu livro, Milton narra o cenário diário de uma redação, e o peculiar telefone tocando ao fundo, insistentemente, atrapalhando na correria do jornalismo de rádio. E de repente alguém lembra que pode tirar o telefone do gancho. Isso celebriza o que pensa o jornalista atual: “- pode ser um ouvinte chato querendo alguma informação que não demos”.

O rádio tem outro fator, que o diminui dos demais meios de comunicação de massa: a visibilidade. O rádio não possui imagem, como na TV ou nos impressos que podem imprimir fotos. Aí está uma dificuldade para os profissionais que trabalham no meio. Geralmente, quem cede entrevista, o faz para disseminação de sua imagem ou divulgação de trabalho. O rádio não o tem. Essa é uma dificuldade para conseguir entrevistados para o meio.

Outro fator abordado por Jung em seu livro, é somatória que a internet pode ter ao rádio. Um noticiário local por exemplo, pode chegar ao outro lado do planeta via internet. O rádio com competência explorando os recursos e o alcance. Essa ideia é ótima para quem ainda crê ser possível fazer um jornalismo com qualidade equivalente a outros veículos. (reconstruir a frase conectando-a.

Enfim, com uma linguagem clara e sempre exemplificativa Milton Jung mostra em sua obra como tem sido essa interação entre Jornalista X Ouvinte, como tem se portado os profissionais que atuam no rádio, como devem se atentar para detalhes que fazem a diferença no mercado chamado jornalismo. O livro serve como manual para os que ainda estão na academia e para aqueles que já atuam como dinossauros” da comunicação, mas que sabem que sempre há algo a se mudar.
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Raquel.Mangili 15/03/2014

RESENHA – LIVRO JORNALISMO DE RÁDIO, DE MILTON JUNG
O jornalista gaúcho Milton Jung, fazendo uso de sua vasta experiência profissional, lança em 2004 seu primeiro livro, Jornalismo de Rádio (Editora Contexto). Jung, filho do famoso jornalista Milton Ferretti Jung, tem mais de vinte anos de carreira como jornalista e radialista em veículos como Guaíba, CBN, jornal Correio do Povo, TV Globo e TV Cultura, entre outros.

Em sua presente obra, o autor busca criar um manual extremamente prático e abrangente sobre o rádio, contendo desde um panorama histórico sobre a radiofusão no Brasil, assim como explanações sobre a situação radiofônica atual, mencionando a atuação de webrádios e da convergência entre meios, não se esquecendo de dissertar também sobre a ética jornalística e contar sobre histórias verídicas que ocorreram nesse meio de transmissão de notícias.

Jung inicia seu livro narrando uma cena típica no cotidiano das empresas de rádio, que ilustra a correria do dia-a-dia e o descaso com o ouvinte. “A velocidade do trabalho dentro de uma redação de rádio gera distorções. Leva o jornalista a esquecer que se o objetivo é transmitir notícias, este só existe porque na outra ponta tem o cidadão para ser atendido, o ouvinte” (JUNG, 2004, p.12), diz o autor. Ele ainda defende a potencialidade do rádio de ser um agente transformador, de trabalhar a favor da comunidade onde o veículo está inserido. O rádio alcança cerca de 96% do território nacional, uma cobertura que nenhum outro meio consegue obter. Apesar disso, este veículo é pouco valorizado por causa da tendência social de valorizar sobretudo a imagem, dando um maior destaque e glamour à televisão.

A defesa das características da linguagem radiofônica, como a síntese, a clareza e a objetividade, também é tema da introdução da obra. Já no primeiro capítulo nos é apresentada a história do rádio, desde a criação dos equipamentos técnicos que possibilitaram a transmissão das ondas sonoras até as personalidades e equipes pioneiras da radiofusão no Brasil, mostrando também as contradições e pontos obscuros dessa história. Os destaques vão para os feitios do professor Edgar Roquette-Pinto e a influência dos jornais impressos na locução jornalística, bem como o surgimento do modelo padrão do Repórter Esso e o papel da publicidade no rádio.

O segundo capítulo do livro é reservado para a definição da situação atual das rádios brasileiras, contrariando a previsão “apocalíptica” de alguns autores que afirmavam a extinção deste meio de comunicação. Aqui são expostas também as mazelas e os conflitos políticos enfrentados na busca da imparcialidade nos radiojornais. Segundo o autor, infelizmente se tornou prática comum empresas venderem seu editorial em troca de verbas e apoio político e publicitário, prejudicando dessa forma seu compromisso com o público.

As webrádios e a influência da Internet ganham seu espaço no terceiro capítulo da obra. “O rádio sempre vai existir – até que provem o contrário -, mas com outro formato. Já estamos sob o impacto das mudanças proporcionadas pela internet” (JUNG, 2004, p.67), defende o autor. A convergência midiática dos novos tempos exige uma atualização na formação dos profissionais jornalísticos. Além disso, o autor também expõe os aspectos negativos e as dificuldades encontradas para se consolidar uma webrádio perante a multiplicidade de ofertas que ofuscam a visibilidade desta na Internet, ressaltando a importância de se trabalhar com segmentos especializados de público-alvo.

No quarto capítulo é abordada uma das questões fundamentais do jornalismo, a ética. Não se restringindo apenas ao radiojornalismo, o autor fornece orientações para uma boa conduta profissional em qualquer meio de transmissão de notícias. “No jornalismo, o saber e o ser não podem andar dissociados. Não há qualidade de informação se não houver comportamento ético” (JUNG, 2004, p.81), afirma. Também há o destaque para o papel do cidadão na fiscalização da atividade jornalística, assim como a ênfase no dilema ético enfrentado quando o profissional, além de trabalhar como repórter, também exerce a função de assessor de imprensa.

Já o quinto capítulo é um coletânea valiosa de dicas para o exercício da profissão, e as instruções não se limitam apenas para o jornalista de rádio. Explanando desde a necessidade de se conseguir boas fontes e contatos profissionais, Jung também alerta para a prática do “jornalismo entre aspas”, que revela o acomodamento dos profissionais com a falsa necessidade de se transformar declarações de pessoas públicas em notícias. Também cita os erros mais comuns das empresas e jornalistas (como por exemplo, a prática do “recortar e colar” nas redações), bem como a importância da reportagem e do treinamento da voz para uma boa locução.

Por fim, o sexto capítulo é reservado para o relato pessoal do autor sobre a sua experiência ao noticiar o atentado de 11 de setembro de 2001 na rádio CBN, assim como a narração de outros casos que nos permitem melhor compreender a dinâmica de trabalho presente nas rádios brasileiras. Na “rádiobiografia” do livro, Jung nos indica algumas outras obras literárias e técnicas para quem pretende ampliar seus conhecimentos sobre o veículo radiofônico.

Com uma linguagem simples, rápida e clara, e com o texto permeado por boxes explicativos sobre termos relacionados ao meio radiofônico, esse livro cumpre seu objetivo de informar e orientar estudantes e profissionais não só da radiofusão, como também do jornalismo em geral, devido à grande abrangência da obra. Também é uma leitura agradável aos estudiosos da história e das características do rádio no Brasil, bem como aos cidadãos que quiserem conhecer a fundo esse veículo para exercer seus direitos de cidadania. A única crítica reside na revisão do texto, que poderia ter sido mais cuidadosa, porém, esse detalhe não tira o mérito desta obra que contribui significativamente para o estudo do jornalismo radiofônico no Brasil.



Aninhaquel


site: http://anaraquelpericomangili.wordpress.com/2014/02/25/resenha-livro-jornalismo-de-radio-de-milton-jung/
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Bia 20/03/2021

Na obra o autor faz um breve histórico sobre a história do rádio no Brasil, além de contar experiências sobre o ?fazer? jornalístico. Ele também fala sobre a ética jornalística e a importância do jornalismo de rádio. O livro é muito bom, mas eu senti que grande parte dos ensinamentos que ele passa são antigos, não podendo ser seguidos nos dias atuais.
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