Resenhas - Agosto

@tigloko 03/08/2023

Crise de Agosto
Fiquei impressionado com a recriação histórica e a costura que o autor faz dos eventos ocorridos no turbulento agosto de 1954. Desde a tentativa de assassinato do jornalista Carlos Lacerda, forte opositor de Getúlio, a investigação para descobrir os mandantes, até o suicídio do presidente. Tem muitos detalhes sobre a situação política do país, com o toma lá dá cá e a corrupção sempre presente na história. Gostei do fato de ter vários pontos de vista, mostrando um grande leque de opiniões(geralmente conflitantes) sobre aqueles acontecimentos. Como ficção histórica é bastante imersivo.

Tudo isso misturado com uma narrativa policial que, apesar de eu não ter gostado tanto pela forma dispersa que ela é desenvolvida, reconheço que ela teve um bom desfecho e se conectou bem com a narrativa principal. Gostei do detetive Mattos, ele é um estranho no ninho no trabalho justamente pela inversão de valores, por ser um policial honesto.

?Aqueles que se consideram homens de bem nem sempre são bons policiais.?

A história pessoal dele, uma espécie de triângulo amoroso nada convencional, é a subtrama mais interessante do livro.

Tem uns momentos de humor sombrio inseridos que funcionam bem para quebrar a tensão. Me pegaram desprevenido quando aconteciam.

Saio dessa leitura satisfeito. É um período muito interessante da história do Brasil. Recomendo.

Layla.Ribeiro 29/08/2020

Para quem gosta de história do Brasil e romance policial
Já faz um tempinho que queria ler esse livro e por coincidência talvez, comprei o livro no mês que o escritor faleceu, o que me deixou triste na época. É um romance histórico bom para ler além da sua atmosfera de romance policial. Fonseca nos mostra um Brasil real, cru, uma sociedade degradada em pleno anos 50, somos rodeados pela violência e o racismo escancarado e olha só nessa época já existia o chamado homem de bem: ?Aqueles que se consideram homens de bens nem sempre são bons policiais.? Pág:245 da Companhia das Letras (essa edição física é muito boa para leitura, maleável e confortável). Como o título sugere, se passa em todo o mês de agosto de 1954, com o plano de fundo sobre o atentado da rua Tonelero onde culminou no suicídio de Vargas. Percebe-se que Fonseca fez um grande estudo sobre essa parte da história do Brasil, mas mesmo assim como se trata de uma obra que mistura ficção com fatos históricos não é o correto confiar totalmente no que o livro mostra e isso no meu ponto de vista por outro lado é bom porque instiga o leitor a pesquisar de outras fontes para saber se de fato aconteceu e ótima ferramenta para conhecer mais a história do Brasil. O triste é que muito do que aconteceu está se repetindo atualmente mesmo que a pessoa ache chato estudar História ou tenha preguiça, literaturas como essas no colo das pessoas ajudariam evitar que muita coisa acontecesse, enfim, obrigada Rubem Fonseca.

Beth 20/09/2021

O comissário de polícia Alberto Mattos investiga as circunstâncias do assassinato de um empresário enquanto a política do país se despedaça a sua volta, no final da era Vargas.

O enredo principal realmente prende, ainda mais por se passar num período político tão importante pro Brasil. A parte da investigação em si, e como ela se desmembra é muito massa de acompanhar, mas o autor perde a mão.

Quando vai para os desdobramentos políticos de todo esse cenário há informação demais, o que me deixou, frequentemente, muito perdida. Parece que o autor queria colocar tudo o que sabia do cenário da época, mesmo que não acrescentasse muito à história, e a gente acaba com uma porção de curiosidades randômicas que não se ligam a nada. Outra coisa que não curti, é que, muitas vezes, os diálogos são muito formais, mesmo entre conhecidos, pessoas se cumprimentam e se citam falando o nome completo, fica um negócio meio artificial, não sei, achei estranho~

Ainda assim, foi interessante ler uma história se passando dentro de um estado político tão quanto ou ainda mais caótico que o de hoje.

Agosto é um bom romance policial e é sempre massa a experiência de ler ficção histórica do Brasil.

linda 26/05/2021

agosto
história retratada na época do presidente Getúlio Vargas. um pouco maçante, mas é bom o enredo.

Sailorluquinhas 30/07/2021

Bem integrado a história do país no momento e cobre bem a vida do comissário, só deixa a desejar no final

Sávio 07/05/2009

Excelente
Um livro que mistura fatos reais com romance, ou seja, na pior das hipóteses é um bom livro de história do Brasil.
Mas não ficou somente aí; o Rubem é um exímio escritor e consegue manter a atenção do leitor com um texto envolvente e interessante.
Recomendo.

FEbbem 18/11/2009

AGOSTO
UM DOS PIORES MALES EXISTENTESS NA SOCIEDADE ALEM DA MÚSICA ELETRONICA E DA SALADA DE MAIONESE É O PRECONCEITO E A IGNORANCIA, AMBOS SÃO DEGRADANTES POR SÍ SÓ, MAS QUANDO JUNTOS CONSEGUEM SER AINDA PIORES, SE TORNAM OFENSIVOS.
EU COMO POBRE MORTAL, ALEM DE TER MEUS PRECONCEITOS, ÀS VEZES, E SÃO MUITAS ESSAS VEZES, AINDA SOU IGNORANTE.
NO QUESITO LITERATURA; SOFRI DESTE MAL POR LONGA DATA, NÃO QUE EU TENHO ME CURADO TOTALMENTE, AINDA SOU AVERSO A LIVROS DE AUTO AJUDA E PAULO COELHO, MAS QUEM EM SÃ CONCIENCIA NÃO É?
SEMPRE OPTEIS POR LIVROS E AUTORES QUE NÃO FOSSEM NACIONAIS, SENDO UM FÃ INCONDICIONAL DE L.F. VERISSIMO, TINHA O DISPARATE, DE ALEGAR QUE ELE NÃO ERA DESSE PAÍS, (HOJE SEI, QUE ELE SEQUER É DESSE MUNDO); MAS ADQUIRI CERTA SIMPATIA, APÓS CONHECER AS OBRAS DE JÔ, LAURENTINO E UBALDO, QUE FIZERAM ASCENDER UMA LUZ DE ALERTA EM MEUS PADRÕES DE LEITURA.
AGORA FOI COM A OBRA DE RUBEM FONSECA QUE TODO ESSE PARADIGMA FOI AO CHAO E SE ESTILHAÇOU COMO CACOS DE VIDRO. DESDE ENTAO EQUIPARO A LITERATURA NACIONAL COM QUALQUER OBRA ESCRITA EM TODO MUNDO, DESDE QUE ESTA SEJA NO MINIMO AGRADAVEL E INTERESSANTE.
SABE SE HOJE, QUE HÁ AUTORES NACIONAIS QUE SE IGUALAM E ATE SUPERAM ESCRITORES RENOMADOS, TUDO BEM, QUANTO AO MEU ATRASO, UM LEDO ENGANO, POREM ANTES TARDE DO QUE NUNCA. QUEM JÁ LEU AS OBRAS DE MACHADO DE ASSIS, ERICO VERISSIMO PODE CONFIRMAR ISSO.
EM AGOSTO (349 pág. - CIA DAS LETRAS) RUBEM FONSECA MESCLA FICÇÃO COM REALIDADE, CRIA UM ROMANCE POLICIAL, EM QUE AO FUNDO OCORREM OS FATOS QUE SUCEDERAM O SUICIDIO DO ENTAO PRESIDENTE GETULIO VARGAS. ESTES FATOS SE ENTRELAÇAM COM A FICÇÃO DE MODO A NÃO CORROMPER A HISTÓRIA.
O ROMANCE TEM COMO PROTAGONISTA O COMISSÁRIO ALBERTO MATTOS, UM SUJEITO ÍNTEGRO, HONESTO E INTELIGENTE, FORMADO EM DIREITO CIVIL, DE QUEM NINGUEM NO DEPARTAMENTO GOSTA, POR SEU ESTILO AUTENTICO E PELA RIGOROSIDADE NO CUMPRIMENTO DA LEI.
MATTOS SOFRE COM OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE, CUJO ESTADO DEVERIA SER O RESPONSAVEL, A SUPERLOTAÇÃO EM CADEIAS E O PRINCIPAL DELES, NÃO OBSTANTE, SOFRE DE ULCERA E NO DECORRER DO LIVRO SE VÊ DIVIDO ENTRE O AMOR DE DUAS MULHERES: ALICE E SALETTE.
A HISTÓRIA EMPLACA O PIOR DO RIO DE JANEIRO DA DECADA DE 50, MULHERES BONITAS FAZEM CENA ENTRE O AMOR, PROSTITUIÇÃO E O HOMOSSEXUALISMO; A POLITICA FAZ FRENTE À CORRUPÇÃO A PROPINA E AOS INTERESSES PARTIDARIOS DOS QUAIS SE SOBRESSAEM A COVARDIA E A TRAIÇÃO DE HOMENS DE CONFIANÇA DO ESTADO. ISSO TUDO DE MANEIRA HISTORICA E REVELADORA.
O LIVRO DÁ VIDA E AÇÃO HÁ PERSONAGENS, CUJOS NOMES ATÉ ENTÂO (NO CASO PARA OS MAIS JOVENS) SÓ ERAM CONHECIDOS EM PLACAS DE RUAS, AVENIDAS E PRAÇAS DA CIDADE; UMA OTIMA FORMA DE APRENDIZAGEM PARA OS QUE NÃO VIVENCIARIAM ESTA EPOCA QUE FOI TAO TRUCULENTA EM NOSOS PAÍS. EPOCA EM QUE REINOU UM DITADOR QUE TANTO FEZ PELSO POBRES E QUE ATE HOJE, PASSADOS MAIS DE CINQUENTA ANOS, AINDA NÃO DECIDIMOS SE O TEMOS COMO MOCINHO OU BANDIDO.

Debora 12/02/2022

O peso do passado se sente no livro
Agosto trata dos acontecimentos históricos de agosto de 1954, com o atentado contra Lacerda e o suicídio de Getúlio. Este é o pano de fundo, esmiuçado ao nível de relatos de reuniões das forças armadas.
Em paralelo, o comissário Mattos investiga o assassinato de um rico industrial.
O livro é interessante e a leitura me prendeu. Mas é uma história sombria, pesada, carregada de preconceitos. E com tantos personagens que é difícil não se perder aqui e ali. Eles não param de chegar até o fim do livro...
Aliás, que fim. Que não foi o que eu queria, mas o mais próximo da realidade

Lara 28/04/2020

Tudo que eu esperava
Iniciei a leitura há alguns meses e fui degustando o livro bem lentamente, por se tratar de um conteúdo que me interessava bastante e vindo do meu escritor favorito. Após receber a notícia do falecimento do Rubem Fonseca há poucos dias, minha leitura foi tortuosa e eu me pegava deixando capítulos pela metade por simples adiamento do final da história. Me apeguei às páginas como se não quisesse dizer adeus. Queria poder ler obras infinitas dele, e agora me restam poucas.

Agosto me marca pelo seu conteúdo e pelo momento marcante da leitura.

Vanessa.Papalardo 01/06/2020

Agosto
Primeiro, queria dizer para você parar tudo o que está fazendo agora e ir ler Agosto de Rubem Fonseca!

Brincadeira a parte, mas este é realmente um livro muito interessante e que te agrega um conteúdo significante.

Publicado em 1990, o livro trata de um tema muito utilizado por ele, que é a violência, uma violência retratada em uma forma de guerra civil não declarada entre os ricos e os pobres. Este livro se passa em agosto de 1954, sendo caracterizado como um romance policial, com uma perspectiva histórica, uma vez que relata vultos de episódios que resultam o suicídio de Getúlio Vargas.

O livro inicia-se com um determinado suspense, com o assassinato de um personagem grã-fino da época. E todo o enredo e desenrolar da história se passa justamente na investigação do Comissário Mattos sobre este crime cometido.

Porém, não se resume-se em apenas um crime e sim em vários crimes que aconteciam sucessivamente, juntamente com traições, descobertas e a situação política da época que estava um caos, já que escândalos eram divulgados todos os dias nas páginas dos jornais. Getúlio Vargas começava a perder sua popularidade e Café Filho, falava que iria assumir o governo de Getúlio Vargas, sendo que o povo se dividia entre o Presidente e Carlos Lacerda. O que resultou no suicídio de Getúlio, relatado pelo Comissário Mattos.

Um misto de realidade histórica, ficção e suspense, Rubem Fonseca consegue te prender neste livro e te instigar a tentar descobrir os crimes (homicídios e corrupções) e mistérios por trás de todos os acontecimentos.

Super indico essa leitura, pois é uma leitura rápida, fácil e instigante.

site: https://www.instagram.com/p/CANm_Npg7PF/

Apenas Evelim 18/08/2021

Histórico e envolvente
O livro trata-se de um romance histórico. A narrativa envolvente conta o "sinistro" e lamentável mês de agosto de 1954, o atentado de Carlos Lacerda, a prisão do Anjo Negro e o suicídio de Vargas.
Em paralelo, outra história nos é contata, onde conhecemos o comandante Mattos, suas perspectivas e seus desabores com o Brasil. O livro nos ajuda a compreender mais a história do nosso país e instiga a pesquisa.

Iagne 05/06/2020

Agosto (Rubem Fonseca)
Décimo livro de Rubem Fonseca, quinto Romance. Agosto talvez seja a melhor obra de Rubem Fonseca, nela ele escreve um romance policial, cheio de mistérios e extremamente realista (mostrando a situação da polícia do Rio de Janeiro) e a situa em um momento histórico do Brasil (que por si só, já dá um romance policial) explorando muito bem a situação política da época, tendo como plano de fundo as motivações do suicídio de Getúlio Vargas. Como protagonistas trás o comissário Mattos, o típico policial justo, não corrupto, "asa branca" e o próprio Getúlio Vargas, fazendo com que todo o drama do comissário sirva de paralelo ao drama do presidente.

Brina 20/01/2022

Apesar de ser um romance de um contexto histórico do Brasil, o que mais me incomodou talvez seja a linguagem dos personagens. Sempre em um tom muito misógino, machista e homofóbico. Por mais que digam que era assim q se pensava no época, alguns comentários e ações dos personagens me irritavam de uma forma que eu ate esquecia do que o livro se tratava. Preferia ler um livro de história e saber dos fatos ?????

mardelivross 01/03/2022

Gostei bastante!
Um romance policial que acontece num cenário político brasileiro na década de 50.
Um misto de falcatruas, golpes políticos, corrupção e investigação.