Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo




Resenhas - Ponciá Vicêncio


47 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Douglas.Bonin 15/05/2023

O grande nome da literatura contemporânea!?
Senhores, que baita livro! Estou procurando obras para auxiliar na escrita do TCC - missão Herculina ao qual estou inserido - e Conceição Evaristo era uma das autoras que estavam na minha lista.

Espectativas baixas evitam quedas altas. Mas também trazem o risco de surpresas fantásticas.

Este foi um dos melhores livros que li até agora em 2023, arrisco a dizer que, um dos melhores da vida. Não sei se estou sendo emocionado, mas acredito que estamos frente à um clássico da literatura brasileira.
comentários(0)comente



Renata 07/06/2021

Encanto
As histórias de Conceição é uma imersão ao mundo do livro como se fossemos um personagem, é viajar em um outro mundo.
comentários(0)comente



spriesly 08/01/2010

Livro lindo. De extrema delicadeza, desde as digressões de Ponciá até ao seu presente sofrível. Não é um livro óbvio, apesar de ter poucas páginas. Não possui mocinhos nem anti-heróis: cada personagem tem sua parcela de culpa pelos seus atos e pelo o que se tornaram. A relação de Ponciá com seu marido vai definhando aos poucos. E não é só ele que tem culpa por ficar com raiva dela: ele é frustrado por não saber o porquê de Ponciá ter se tornado uma mulher quieta, alienada em seu mundo e que vive no passado. A linguagem não é tão tétrica como Clarice ou Woolf, o que eleva mais a narrativa, mostrando que é possível sim ser profunda e clara ao mesmo tempo.
comentários(0)comente



Mikael_13 09/11/2022

Esse foi o meu primeiro contato com um romance da Conceição Evaristo. Achei a história bem melancólica e visceral. Achei a escrita da autora parecida com o que vi em A cor púrpura, de Alice Walker.
comentários(0)comente



guirbs 30/12/2020

Clássico da autora brasileira Conceição Evaristo, retrata a vivência de uma criança, jovem e mulher negra em um Brasil pós ?abolição da escravidão?. O livro tem pontos como o racismo estrutural e a segregação social que se perpétua em nosso país até hoje, e além disso tem muito da herança cultural africana e da resistência da comunidade afro-brasileira. É envolvente, mas também é triste e é tudo isso em forma de poesia. Apesar de poucas páginas, é uma obra bastante complexa e dura.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Nathan 09/01/2010

Ponciá Vicêncio
Magnífico esse livro. Conceição Evaristo é uma mulher de grande fibra, crio que o livro exprime um pouco do preconceito que passou ou que viu os outros passarem. O preconceito que no qual falo é sobre ser NEGRO, este em nossa sociedade, em nosso país, ainda é muito oprimido. O livro conta a história de uma menina que mora com sua família nas terras de um dos seus ex-senhor, mesmo conseguido a alforria os negros não puderam sair, pois não tinham nenhuma outra função; os negros são obrigado a entregarem uma parte do que produzem. A história se passa na Vila Vicêncio e depois na cidade. A menina crese e vai morar na favela, vivendo grandes dificuldades. Há uma grande herança tratada no livro que recebera do ávo, somente no final é descoberto qual é. A história tem vários personagens, há também as aventuras e desejos de su irmão, Luandi. Vale a pena ler, é um livro curto e cheio de mistérios, serão feitas várias indagações ao lerem o livro, mas busque resolve-las buscando artifícios do passado da personagem. A vida dessa autora é repleta de grandes conquistas, uma delas foi a conclusão do curso superior, pois entrou tardiamente no colégio, mas superou tudo e hoje é uma mulher vencedora.
comentários(0)comente



tomperadinha 22/12/2020

fantástico
tudo que conceição escreve toca a alma de quem se envolve em sua leitura - e é impossível não se envolver quando lê algo. poncia vicência é intrigante, triste e envolvente, além de trazer uma realidade também triste em forma de poesia
comentários(0)comente



Brê 04/08/2022

Incrível!
A trajetória de Ponciá é carregada de perdas, vazios, tristeza, emoção, memória, complexidade emocional e sem dúvidas um forte caráter social e e racial.


A marca da ancestralidade é muito forte neste livro, pois trata-se de uma história de pessoas que se sucedem em sua dor, tristeza e miséria, mas que também possuem um vínculo afetivo que os une e faz com que estejam sempre em busca uns dos outros, desejando o reencontro.

Foi enriquecedor, sem dúvidas, conhecer mais da escrita de Conceição, além de poder discutir tantos temas importantes e necessários.

?Ponciá gastava a vida em recordar a vida. Era também uma forma de viver.?
comentários(0)comente



Lais Porto (@umaleitoranegra) 16/11/2018

Ponciá Vivêncio - A escrita da memória
Não sei explicar, mas li Ponciá Vivencio em dois dias, não parava de ler, queria ler muito mais, queria conhecer cada personagem, talvez já conheça todos os personagens, talvez tenha ficado tão encantada porque era dito por palavras cuidadosamente escolhidas, ligadas em parágrafos, costurando a história que prende igual uma teia de aranha.

Ponciá Vivêncio, o nome mais repetido durante todo o livro, tudo parece girar ao redor desse nome - o marido de Ponciá Vivêncio, a mãe de Ponciá Vivêncio, o pai de Ponciá Vivêncio - o nome que ela não gosta, que ela pede para não ser chamada, que ela não reconhece como seu, como sendo da sua família, Ponciá sabe da origem deste nome, sabe da história que carrega este sobrenome, uma história de dor, servidão, loucura e resistência.

O sobrenome não é a única coisa que Ponciá carrega de forma indesejada, existe uma herança do seu avô que foi dada a ela, mas que ninguém comenta, pois todos têm medo. Ponciá se pergunta a todo momento sobre essa tal herança, como leitora, eu também ficava intrigada, só aos poucos fui reconhecendo o que era a herança e como ela se concretizaria na vida de Ponciá, e também na vida de toda a família.

Conceição Evaristo é uma escritora que engrandece a tradição oral, ou melhor dizendo a história oral, ela conta sobre como isso a construiu como escritora e apresenta isso nas suas histórias de forma grandiosa, contudo nesse livro ela destacou algo que pra mim foi novidade, o poder do observar e da memória. A memória que Ponciá guardava de seu avô, a partir das observações feitas no breve convívio que teve, além de também existir o elo que conecta os corpos negros.

Essa ligação entre corpos negros fica evidente quando é destacado o quanto a mãe de Ponciá perde de si quando os seus filhos vão embora, principalmente Ponciá, pois desde antes do nascimento ela sabia que Ponciá jamais seria sua, esta nasceu com destino pronto, mas a mãe de Ponciá sente e muito essa perca. A filha era a única que ficava com ela, o filho Luandi raramente estava presente em casa, assim como o pai, eles estavam sempre trabalhando na terra dos brancos, Ponciá ao ser a única ao seu lado aprendeu a manejar o barro e ficou até melhor que a mãe nessa arte.

Apesar destes elementos na história, Conceição Evaristo não exclui o poder e força da oralidade, ela traz a figura da Nêngua Kainda que é a materialização da sabedoria, a anciã a qual todos recorrem para auxiliar nas escolhas que precisam ser tomadas, esta ao avançar da idade passa a ver e saber muito mais, e assim todos os seus dizeres são sempre trazidos a memória dos personagens, cada um de sua forma.

Ponciá foge para a cidade, nesse ato ela desencadeia mudanças nas vidas tanto de seu irmão quanto de sua mãe, ao chegar na cidade Ponciá não consegue fugir do destino igual de todo retirante negro, torna-se empregada em casa de família, casa-se com um homem e espera, espera sempre sentada em um banquinho com o olhar vago ao rememorar lembranças. O seu irmão Luandi também vai para a cidade, já estando na cidade ele ganha nome na história, mas não apenas o nome, assim como sua irmã, ele era Luandi José Ponciá.

Eu sempre costumo reproduzir uma fala de Lélia Gonzalez “Negro tem que ter nome e sobrenome”, hoje a leitura dessa fala tem um significado e interpretação, no qual se faz necessário essa afirmação de quem nós somos como pessoa negra em diáspora, mas para Ponciá que está na transição dos tempos essa constante reafirmação do seu sobrenome tem outro tipo de leitura.

O que quero dizer é que a partir de Ponciá não teriam mais escravizados, não no significado literal da palavra, mas que os negros continuariam em trabalhos e vidas subalternas. A transição que me refiro e a do seu avô ter sido ex escravizado, de seu pai que apesar de nascido livre ter vivido como escravizado, e ela que nasceu livre, e não esteve na terra dos brancos trabalhando para servir.

Outro assunto de enorme importância é o fato de Luandi querer e ter se tornado um soldado, durante este processo a Nêngua Kainda foi essencial para a tomada de consciência pelo rapaz ao perceber que este não era o poder que o libertaria, apenas estaria servindo ainda mais a branquitude ajudando a manter em posição de inferioridade o seu próprio povo.

Posso resumir a experiência que tive nessa leitura como impactante, foi rápida demais, produziu reflexões e inquietações em pouco tempo de leitura, me fez agir rapidamente também, não foi a toa que fiz logo dois trechos de livro, eu recomendo que sua experiência possa também ser impactante, eu que já estava acostumada com a leitura de Conceição Evaristo me surpreendi e reafirmo que foi maravilhosa a leitura de cada linha de Ponciá.


site: https://leitoranegra.blogspot.com/
comentários(0)comente



Vitória Marçal 29/06/2021

Leitura obrigátoria
"Sonhando todos sob os feitos de uma liberdade assinada por uma princesa, fada madrinha, que do antigo chicote fez uma varinha de condão. Todos, ainda, sob o jugo de um poder que, como Deus, se fazia eterno".
Literalmente leitura obrigátoria, eu só li porque vou ter uma prova sobre o livro. E que surpresa maravilhosa, um livro curto e de escrita linda e poética traz consigo a história da família de Ponciá, mulher negra, filha de pai e avô escravos.
Nas primeiras páginas eu achei que o livro fosse ser chato (só pelo fato de ter uma prova sobre), mas logo na página 50 eu já tinha chorado três vezes com a história (o que pra mim é indicativo de livro bom). É um livro muito triste e verdadeiro, que na minha opinião, todos deveriam ler.
(Adendo aos gatilhos de racismo).
comentários(0)comente



Goldenlion85 05/02/2009

Um livro bem centrado

O livro mostra a vida de muitas brasileiras anonimas,crise,saudade, amor, familia. Um papel fundamental hoje em dia, Valores Éticos.
Leitura Obrigatória, Recomendassímo!!!
comentários(0)comente



Raquel 26/08/2015

Ponciá, PONCIÁ VICÊNCIO
A obra nos relata a vida de Ponciá - mulher, negra e pobre - contando suas perdas desde sua infância até a vida adulta, dando ênfase à construção de sua identidade, com base nos relacionamentos familiares e herança cultural. Para tentar uma vida diferente daquela do interior, a personagem vai para a cidade grande, mas acaba presa a um relacionamento abusivo e morando em uma região de extrema pobreza. São destacadas, ainda, as vidas da mãe e do irmão de Ponciá, mostrando seus vazios e buscas. Os dois também decidem deixar para trás a terra que tanto conheciam e que lhes concedia o pouco sustento que tinham e trilham uma jornada recheada de momentos que nos fazem pensar em nossa própria vida.
O livro é construído com capítulos bem pequenos e com uma linguagem bastante simples e poética, apesar de se tratar de uma prosa. Os temas abordados são muito profundos e interessantes, sendo a solidão dos indivíduos um dos assuntos mais recorrentes na obra, como ocorre, por exemplo, em “Foi tanto pavor, tanto sofrimento, tanta dor que ele leu nos olhos dela, enquanto lhe limpava o sangue, que descobriu não só o desamparo dela, mas também o dele. Descobriu que eram sós.” (referindo-se ao marido de Ponciá).
Ponciá Vicêncio é um “soco no estômago” para quem acha que a abolição da escravatura resolveu as questões raciais no Brasil, vemos, na obra, o quanto seu reflexo está presente na sociedade atual. Apesar de relatar tristeza e sofrimento, a solidariedade, os laços do amor e a força do povo gritam através das palavras e frases maravilhosamente estruturadas por Conceição Evaristo.

Referência:
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.
Disponível também em:




site: http://asgarotasdepemberley.blogspot.com.br/2015/05/poncia-vicencio-conceicao-evaristo.html
comentários(0)comente



Alexandre Silveira 08/08/2017

Escrevivência
Conceição Evaristo já disse em várias entrevistas sobre sua experiência de vida e como escritora que o contar histórias faz parte de sua sobrevivência, pois deixa a realidade mais suportável. Isso é chamado por ela de "escrevivência", termo muito citado durante os eventos que é convidada a participar e que se encaixa muito bem na obra "Ponciá Vicêncio", seu primeiro romance.

O romance, de 2003, é confuso. Não por causa de uma linguagem densa e rebuscada, mas sim porque a narração se dá em diferentes instâncias de tempo. O narrador acompanha a trajetória de Ponciá Vicêncio, mulher negra e descendente de escravos que sai do interior em busca de melhores condições na cidade grande, uma cidade simbólica e nunca nomeada na narrativa. A protagonista, então, se lembra do passado, da infância e da juventude, dos pais e do irmão, do avô e de seu gosto por trabalhar com o barro e, através de tudo isso, busca recuperar aquilo que ela perdeu depois de sair do interior e se instalar na cidade: sua esperança. O narrador mostra para nós, através desse processo da protagonista de se lembrar do passado, os flashbacks de Ponciá, todos desconexos e sem seguir uma linha linear de sequência dos acontecimentos: ora acompanhamos sua infância, ora as dificuldades que a personagem enfrentara quando saiu do interior para a cidade, ora voltamos para a infância. Essa não linearidade da narrativa auxilia pro efeito de profundidade psicológica da protagonista, uma vez que a autora explora as diversas camadas de Ponciá Vicêncio conforme suas lembranças vão sendo contadas pelo narrador.

A linguagem simples, direta, também chamada de linguagem seca, mostra a perda de esperança e inocência da personagem, além de evidenciarmos a sua total resignação pela situação em que foi designada a ser, por ser mulher, por ser pobre, por ser negra. É interessante que pensar nessa linguagem seca em adjetivos me fez lembrar de outros escritores que também trabalham com essa questão das desigualdades e com personagens pobres, como é o caso de Vidas Secas e Contos Negreiros. A pobreza é na linguagem, mas a riqueza nos sentimentos dos personagens que compõem essas e outras narrativas é tocante.

Além disso, apesar da "secura" da escrita, isso não impede que Evaristo explore os personagens principais com profundidade, deixando expostas múltiplas facetas deles de um jeito muito sensível e impactante. Apesar de ter achado apelativas algumas cenas na história, como se a autora quisesse chocar demais o leitor, fazendo com que a condução emocionante da narrativa, que acho tão única, se perdesse um pouco, esse continua sendo um ótimo livro. Daqueles que se lê com algumas passagens reverberando na nossa cabeça por um bom tempo.

Quanto ao termo "escrevivência", podemos dizer que Ponciá Vicêncio, assim como sua autora, busca subverter-se nas histórias presenciadas por ela durante sua juventude e naquelas que apenas ouviu dizer por outros personagens. Ponciá, após sofrer tantas decepções e ter perdido completamente as esperanças de uma vida melhor para ela e sua família, só sabe fazer-se lembrando. Só sabe conhecer a si própria e sentir-se viva no passado de sua própria história. Escrevivência.

site: https://paomanteigaecafeblog.wordpress.com/
comentários(0)comente



47 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR