Iris Figueiredo 21/12/2010
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Holly perdeu a mãe há seis meses atrás e perdeu sua virgindade no banco detrás do carro de Paul, um cara que nem mesmo é seu namorado. Na verdade, Paul tem uma namorada há anos e não dá nenhum sinais que pretende desistir dela. Nils, seu melhor amigo, fica a fim de qualquer garota que passe na sua frente. E então as coisas começam a ficar mais enroladas e Holly tem que decidir se esconde seus segredos ou acaba de vez com as coisas que vem acontecendo em sua vida.
Quando fui ler o livro, eu realmente não sabia o que esperar, então, o que viesse para mim era "lucro". Não costumo ler resenhas de livros que estão na fila prestes a serem lidos, então não tinha muita ideia do que outras pessoas estavam pensando sobre ele... Mas assim que cheguei à página 100, não estava mais suportando a Holly e tive que jogar no google, procurando mais opiniões, para saber se era só eu que estava achando o mesmo sobre ela.
Holly... Como definir sem ser grossa? Desde o primeiro instante senti uma antipatia por ela. Ela perde a virgindade com um cara que nem é namorado dela simplesmente por perder. Quem me conhece sabe que eu não gosto quando sexo é tratado como se fosse "nada", porque representa um nível grande de intimidade com alguém. Provavelmente é minha criação e meus princípios, mas me pareceu que para a Holly aquilo não tinha a mínima importância... E o ápice de intimidade com alguém não importar? Bom, comigo não cola. Mas sei que existem muitas pessoas como a Holly por aí. Só que isso me incomodou, e muito.
Outro problema de Holly é que ela sabe que o cara tem namorada mas cai naquele velho papo de que ele está com ela porque quer e com a outra por pena. É meio "se toca, Holly, esse é o papo mais antigo que existe... Desde que existem duas mulheres no mundo, homens jogam essa conversa".
Ela é uma personagem rasa e que não expressa emoções que realmente deveria estar sentindo... A mãe dela morreu a pouco tempo e mesmo que ela fale sobre a mãe e tudo mais, ela não parece realmente tocada por ela.
Muitos sentimentos e atitudes da Holly são abomináveis. Não senti pena ou compaixão por ela em nenhum momento. Não consegui me identificar com ela. E todos os personagens são tão... crus. Falta profundidade neles. Até o Paul, que era para se tornar tão detestável quanto ela não conseguiu me despertar raiva o suficiente - no caso dele, era para ele realmente ter me dado raiva, mas só fiquei alheia.
Não sei definir mais o que achei do livro, porque a história de Holly é tão simples que não conseguiu me cativar. Usando palavras da Mari Paixão (acho que foi ela que disse isso, se não me engano), a vida de Holly apenas passa sem nada de extraordinário. Ela é uma pessoa "pano de fundo", daquelas que só estão ali por estar. E nunca uma pessoa pano de fundo deve ser protagonista de um livro.
Não tenho nenhuma reclamação em relação à escrita da Lauren, mas a história dela simplesmente não me convenceu. A Holly teve um final merecido pelas suas atitudes, aliás, achei até meio "brando", porque ela merecia aprender um pouco mais.