Vitor16Hq 01/10/2023
O LGAR
Uma distopia que me surpreendeu muito.
Michael Grant trabalha um mundo onde todas as pessoas com mais de 14 anos desaparecem do nada e ficam presos em uma barreira que ninguém sabe o que tem do outro lado ou como sair de lá.
Esse mundo vai sendo bem trabalhado aos poucos, conforme a história avança, novos elementos vão surgindo, como animais sofrendo mutações e os que ficaram adquirindo poderes.
Apesar dessa situação toda, o autor deu um grande foco no desenvolvimento de personagens, e isso ele faz muito bem tanto no lado dos bonzinhos, quanto do lado dos vilões.
Sam e Astrid, que são do grupo principal, tem alguns diálogos entre eles sobre o que é o LGAR, a Astrid é uma personagem que tem uma fé muito grande, já Sam não acredita em Deus, essa diferença traz uma boa discussão entre os dois e isso entra de uma forma muito natural na história.
Tem o núcleo principal da cidade, e em paralelo, acompanhamos a Lana com o Patrick(O labrador mais simpático da literatura), e é um dos que mais gostei de acompanhar, ele trás cenas tensas, que quando voltava para o núcleo do Sam, eu queria que não demorasse muito para voltar a Lana, e foi muito bom quando os dois núcleos se encontraram.
O desenvolvimento de personagem é tão bem feito que não tem como não se apegar a eles, nas situações de risco, o livro consegue gerar preocupação por eles. Tinha muita coisa para ser explorada sobre o mundo que manteria o leitor interessado, mas o que me manteve interessado na leitura o tempo todo, foram esses personagens.
Tiveram muitas vezes em que foi possível sentir o mesmo que eles.
A forma como os coiotes são utilizados, eles eram criaturas assustadoras e traiçoeiras, deixando até um clima de terror quando apareciam, e ainda tem a escuridão, que foi algo bem utilizado para deixar tudo mais instigante, mas deve ser algo mais desenvolvido nos próximos.
Apesar de ser o primeiro livro de uma série, o livro até que entrega uma história mais fechada, deixa alguns mistérios no ar, mas a trama principal, entre os personagens, se fecha de forma satisfatória, como se fosse um livro único.