Epílogo

Epílogo Victor Allenspach




Resenhas - Epílogo


6 encontrados | exibindo 1 a 6


rach 12/03/2023

Surpreendente. A história se desenrola de maneira coesa, enquanto acompanhamos as aventuras e descobertas de Proto, e devo dizer que me surpreendeu bastante o modo como tudo desenrolou, o universo é bem construído, mas não sei o que pensar do final, se gostei ou não, só posso dizer que me surpreendeu. Muito bom.
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Aelita Lear 18/12/2019

Arrebatador e surpreendente
Epílogo é um livro que vai mexer com sua vida, seja por que você não vai querer parar de ler, seja por que você não vai parar de pensar na história. É tão profundo e instigante que você vai querer viver no mesmo universo, e não vai! Leia ele a noite e tenha sonhos horripilantes com aquele universo, como aconteceu comigo.
Cada linha é maravilhosa. O livro é muito bem escrito, tem uma história ótima e um final maravilhoso. Cada detalhe é importante para seu fechamento. Digno dos prêmios Hugo e Nebula, e quaisquer outros que existam.
Os personagens são magníficos, entre eles, a principal, Proto. O nome já traz todo um mistério, mas ela em si é algo mítico, seja para aquele mundo que a vê como um ser único, seja para o leitor que quer saber tudo sobre ela.
Mas não é só. Tem Lázaro, um personagem altamente controverso, que você odeia e ama, entende e quer julgá-lo numa estaca. Os esgotos, sem habitat natural, são surpreendentes.
Mais para frente da história conhecemos Hannah, que, como personagem secundária, ganhou meu coração como personagem favorita. O lugar que ela vive também é digno de nota. Só perde para Proto mesmo!
Esse trecho do livro encerra minha resenha e vai te deixar louco de vontade de ler:
"Epílogo é um resumo da humanidade, um paraíso como o das fantasias mitológicas. O lazer é rotina constante em uma realidade sem trabalho, sem desafios e preocupações. Dentro dessa bolha, todos os mistérios do universo desaparecem por falta de interesse. A ciência perde espaço para a tecnologia, onde as descobertas não têm vez. Todas as questões foram respondidas, porque nenhuma é formulada".
Chellot 18/12/2019minha estante
Interessante. Adoro distopias.


Aelita Lear 18/12/2019minha estante
Leia essa, vc vai gostar. Eu tbm amo distopia, inclusive, sou autora de uma ^~^


Chellot 18/12/2019minha estante
Parabéns então. Apesar de amar o estilo, não sei se conseguiria escrever uma.
Prefiro ler.


Aelita Lear 18/12/2019minha estante
Obrigada! Vc já leu essas aqui: A torre acima do véu, sem raízes e Never Sky? Recomendo muito! São sensacionais!


Chellot 18/12/2019minha estante
Não li nenhum. Never Sky está na minha lista de desejados.


Aelita Lear 18/12/2019minha estante
Vc vai amar!




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Davenir - Diário de Anarres 15/04/2020

Uma distopia cyberpunk brasileira que precisamos ler!
"Epílogo" é o terceiro livro que Victor Allenspatch lança de forma independente e o segundo de Ficção Científica. Uma bibliografia curta mas que na segunda obra mostra uma grande evolução em comparação ao já ótimo A procura de vida inteligente de 2015. Em Epílogo, temos uma história densa em um mundo pós-apocalíptico com elementos de cyberpunk e do terror, resultando numa viagem profunda por fragmentos de uma civilização que falam diretamente com nosso presente.

A história começa com a protagonista acordando sem memória. Ela é ressuscitada por Lázaro que consegue salvá-la apenas dos ombros para cima. Transformada num ciborge, ou biônico, como a chamam nos esgotos onde passa a viver, recebe o nome de Proto. Neste futuro pós-apocalíptico, perdido no tempo, os ventos solares devastaram quase toda vida na superfície e os sobreviventes dos apagões sobrevivem em esgotos sujos, onde as doenças se alastram e membros são substituídos por próteses robóticas corriqueiramente enquanto o câncer devora os habitantes.

A narrativa é permeada por reflexões constantes de Proto, que apesar de todas as dificuldades, está sempre se reavaliando e se redescobrindo e por ter perdido a memória procura completar suas próprias lacunas existenciais. Tudo isso é permeado por momentos cheios de tensão e terror em que sua vida fica por um fio, seja por recorrentes falhas em seus componentes artificiais quanto pela fragilidade de sua parte biológica. O fato de Proto ser mulher não é gratuito: a posição das mulheres nesse mundo não é melhor, nem pior, que a atualidade entrando de cabeça nas reflexões do autor sobre o que de fato muda na humanidade em condições adversas, quando não terríveis.

A ambientação, apesar de limitada pela visão de Proto, é justificada pela característica de isolamento dos nichos populacionais de sobreviventes que Proto encontra ao longo da história. Ao mesmo tempo que ela é uma espécie de pária por sua condição ciborgue e por sua amnésia, a falta de laços concede uma mobilidade libertadora. É no deserto que ela passa a perambular que temos essa noção de forma marcante.

A escrita é bastante direta na descrição das cenas mais fortes, passando a visão de naturalidade da realidade deste mundo. Essa mesma naturalidade passa uma falsa impressão de que a obra não é profunda nas reflexões pelo simples fato de Victor não ter uma escrita prolixa, tornando Epílogo uma leitura bastante acessível a qualquer leitor. Concluindo, considero a obra um achado em meio a tantas obras independentes lançadas em e-book, onde não é raro encontrar obras pouco lapidadas, para não dizer mais. Já o autor, espero que consiga ganhar os olhares das editoras pois seus dois livros independentes já mostram sua qualidade.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2020/04/resenha-135-epilogo-victor-allenspach.html
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Adriana.Satico 29/12/2019

Gostei muito. Uma história que prende a atenção pela descrição dos cenários e das personagens. Aborda os limites da sobrevivência humana e a diversidade de gênero. Recomendo a leitura.
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Murilo 02/03/2020

Afinal, o que nos torna humanos?
Alguns sub-gêneros são pouco utilizados, às vezes até alcançando um status mais cult dentro de seu gênero principal. É o caso do Cyberpunk, sub-gênero da Ficção Científica. Poucos autores alcançam a notoriedade escrevendo sobre histórias passadas em um futuro onde a tecnologia é bem presente, mas a sociedade está praticamente em colapso e/ou vivendo sob o controle de uma (ou várias) grande corporação (ou corporações). Essa é basicamente a definição deste sub-gênero, somos apresentados à pessoas marginalizadas, vivendo muitas vezes em extrema pobreza, mas com a tecnologia presente no mundo altamente desenvolvida. E geralmente esses elementos são utilizados para criticar o capitalismo e seu consumo desenfreado.

No Brasil, esse tipo de obra aparece com escassez ainda maior. Alguns ganham certa notoriedade, Cyberagreste, criado pelo brasileiro Vitor Wiedergrün, por exemplo. E algumas obras são muito boas e estão a espera de maior visibilidade pelos amantes de Ficção Científica tupiniquins. É o caso de Epílogo, escrito por Victor Allenspach. Este é o terceiro livro do autor, sendo o segundo de Ficção Científica. Em sua primeira obra, A procura de vida inteligente, Allenspach usou de um humor estilo Douglas Adams pra contar sua história, e nos presenteou com um ótimo livro nacional do gênero.

Com Epílogo, o autor volta a abordar o gênero, mas de forma mais séria e utilizando-se de uma mistura de Cyberpunk com distopia pós-apocalíptica. Combinações de sub-gêneros da ficção científica não são novidades, tampouco essa foi a primeira fusão desses dois pelas mãos de algum autor, mas o mundo criado por Allenspach convence ao unir as traquinagens cibernéticas de um dos estilos em um mundo totalmente devastado, principal elemento do outro.

O começo do livro lembra bastante o mangá Alita: Anjo de Combate (Gunnm, no original), pois Proto, a protagonista, foi resgatada por uma espécie de cientista e salva graças ao implante de seu tronco à um corpo cibernético. Mas a inspiração na obra japonesa fica restrita somente à esse começo. Ao longo de suas 330 páginas, Epílogo cria uma identidade própria ao juntar vários conceitos distópicos em um só universo. Pessoas vivendo nos esgotos? Temos aqui. Superfície devastada e inabitável para qualquer criatura viva? Temos aqui. Cidades utópicas em meio a todo esse caos? Também temos na obra.

Mas diferente de muitas outras obras que perdem bastante tempo tentando explicar ao leitor os motivos da devastação assolando o mundo estar presente, Allenspach optou por manter o mistério quanto a isso. O autor prefere trazer questionamentos mais essenciais para pessoas vivendo nesse ambiente. Proto passa boa parte da história questionando sua humanidade. Afinal, será que um humano ainda habita seu corpo metálico? Ainda vale a pena viver em um mundo onde as pessoas são assoladas por doenças de pele e comem ratos para sobreviver? A história vai nos trazendo vários questionamentos da protagonista sobre a vida, tornando possível, em muitos casos, a criação de um paralelo com o mundo real.

Proto muitas vezes sente seu corpo violado pelas outras pessoas, ora pelo cientista que a trouxe de volta, ora pelas pessoas que se impressionam com “o” gigante de metal e querem tocar em seu corpo sem seu consentimento, pouco se importando com o desconforto sentido pela protagonista. Afinal, uma máquina não tem muitos sentimentos, certo? Impossível não comparamos isso com as várias situações de assédio vividas pelas mulheres no dia-a-dia de nosso mundo real. Os leitores mais íntimos da Ficção Científica sabem que o gênero utiliza muito desses cenários fictícios para dialogar com o mundo real. Em Epílogo não é diferente, e vários questionamentos relevantes a nosso cotidiano são levantados usando seu mundo devastado como base.

Em certo momento da história, Proto conversa com os moradores de uma cidade subterrânea perfeita, se comparada com as outras existentes no devastado mundo da obra, e um deles pergunta se a protagonista já havia visto algo mais belo que tal cidade. Sua resposta é um tapa na cara, não só do morador, mas de nós, leitores. A androide pergunta para o cidadão se este já havia visto o por-do-sol. Simples e direto, mas nos transmite uma importante mensagem: O quanto admiramos nossas belezas naturais? Gastamos um tempo absurdo admirando criações tecnológicas e muitas vezes esquecemos de olhar para a beleza que um planeta chamado Terra nos deu.

Epílogo nos apresenta vários outros questionamentos envolvendo a luta contra o patriarcado, o feminismo, preservação ambiental e a valorização da vida – não só a humana. Falar dos personagens acabou sendo desnecessário, afinal, acabam sendo somente cerejas em um bolo delicioso que merece ser degustado com um bom café. Victor Allenspach vai, a cada linha escrita, conquistando seu espaço no hall de autores nacionais de Ficção Científica, além de demonstrar versatilidade nos brindando com duas ótimas obras de sub-gêneros diferentes.

site: https://grupoquinquilharia.com.br/site/resenha-epilogo-victor-allenspach/
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